sábado, 14 de agosto de 2010

O medo da perda

Essa semana tive um dos piores sentimentos de perda da minha vida. Inesperadamente eu tive um sangramento e a sensação de perder o meu bebê foi algo tão presente que me paralisou.

É terrível vc passar por uma situação e se sentir incapaz de fazer alguma coisa. Infelizmente não havia o que fazer, a não ser contar com a misercórdia de Deus, que aliás NUNCA falha.

Fui imediatamente ao hospital (isso é super importante, por mais que pessoas digam que perda de sangue é normal), a médica verificou o colo do útero e estava fechado, graças a Deus, fizemos uma eco e eu ouvi aquele coraçãozinho guerreiro batendo forte, muito forte. Foi um super alívio! Foi como um refrigério ao meu coração...

E hoje estou aqui, de repouso absoluto e medicada para evitarmos qualquer coisa ruim que possa acontecer. Semana que vem saberemos se poderemos voltar as atividades normais, ou não.

Dessa experiência eu só tiro uma conclusão... Que Deus é realmente o SENHOR de todas as coisas e não nos abandona nunca. Os homens falham, nos tratam como objetos descartáveis e nada mais, mas Deus não, Ele permanece ali, segurando a nossa mão e nos dando forças para continuar a nossa caminhada.

Minha primeira gestação foi calma, nunca passei por um susto desses. Mas como dizem, nunca uma é igual a outra... E esse bebê me surpreendeu com sua força e vontade de viver, pq eu não pude ajudá-lo (a) em nada, ali era apenas ele (a) e Deus... Como uma vidinha de 6 cm pode ser tão forte... Isso me inspira!

A força dos meus filhos me inspira! Como eu sou fraca perto de tudo o que eles repassam a mim e ao pai deles...

Meu Deus, obrigada por mais essa experiência, e principalmente, obrigada por estar ao nosso lado e não nos deixar fraquejar... Obrigada Senhor, pq sei que eu não mereço, mas o Senhor está comigo!

Viver com Deus é assim, encontrar o seu favor até nos momentos mais sofridos!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pai...


Ainda nessa atmosfera de "DIA DOS PAIS"...
Tenho sentimentos estranhos dentro de mim.
Um misto de saudades, amor, certeza e dor...
Tive um pai maravilhoso...
Mas há 11 anos não posso abraçá-lo, beijá-lo...
Dizer que eu sinto saudades de forma que ele possa escutar...
Escolhi um pai maravilhoso para os meus filhos...
Talvez o melhor que pode existir...
Mas que nunca teve ninguém para chamar de pai...
E creio que seja por isso que ele se saia tão bem nesse papel...
E tenho uma mãe...
Que sempre foi meu pai e minha mãe...
E que deu a vida para que eu não sentisse falta do grande amor da vida dela...
Apesar de ela chorar por ele todos os dias...
Estranho isso!
Uma palavra tão pequena, mas que desperta em mim sentimentos tão variados...
Mais uma vez me peguei chorando escondida...
Sinto falta de dizer essa palavra...
Quem sabe um dia agente se encontra em um lugar só nosso...
E finalmente vou ver vc "brincar de vovô com os meus filhos"...
Amo vc, seu cabeça dura!
Aonde quer que vc esteja espero que sinta um pouquinho de orgulho de mim...

PAI (Fábio Júnior)

Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu tô bem, eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Pra falar de amor pra você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
É que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
E pedir pra você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!...

Pai!
Você foi meu herói meu bandido

Hoje é mais, muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho

Você faz parte desse caminho

Que hoje eu sigo em paz

Pai! Paz!...


Preciso falar mais alguma coisa?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar,desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.

(Carlos Drummond de Andrade - 1960)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Meu novo amor...


Meu Deus!
Como essa vida é louca, né?
Há tempos atrás um turbilhão de sentimentos se instalou em mim... Casei e passei de filha a esposa, amiga, companheira, profissional, mãe...
Disso tudo o mais louco foi me tornar mãe! Ter aquele serzinho crescendo dentro e depois fora de mim, acompanhar cada momento lindo, cada choro, cada conquista, cada dentinho, cada passinho... Eu sabia que ira ser assim pelo resto da vida e estava começando a me adaptar às dores de delícias de ser mãe de um pequeno peralta...
Quando de repente... VOU SER MAMÃE DENOVO!
E eu que achava que nada mais poderia acontecer...
Um misto de alegria, amor, dúvida, medo... Mas tenho certeza de que a felicidade será plena!!!
Nunca imaginei passar por tanta coisa...
Nunca imaginei superar tanta coisa...
Nunca imaginei ser tão forte...
Nunca imaginei ter tanta coragem...
E eu que achava que sabia o que era o amor... Hoje eu vejo que não sabia nada!
É muito amor e amar demais dói, sabia?
Um, dois, três... Dez??? Quantos amores um simples coração suporta?
Não sei... Só sei que estou plena, estou feliz!
E que nunca falte amor... Nunca!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Insegurança


Como é bom crescer...

Como é bom amadurecer...

Não me troco hoje por nenhuma garotinha de 18, apesar de que eu queria ter ainda o meu corpinho de 18 (abafa o caso)...

Sei quem eu sou, minhas qualidades, meus defeitos, mas ainda me sinto tão insegura...

O que me deixa feliz é que hoje sei admitir isso e sei reconhecer minhas fraquezas...

Há tempos atrás eu mantinha uma postura de "auto-suficiência" que assustava não só as outras pessoas como a mim mesma...

Hoje eu sei que tudo isso era um mecanismo de defesa para ninguém perceber que por trás de toda aquela "força" existia uma menina acoada, com medo...

Ontem me deu uma vontade de reencontrar algumas pessoas... Gostaria simplesmente de pedir desculpas e dizer aquilo que eu não consegui no passado.

É, acho que é tempo de rever algumas coisas e talvez tentar externar aquilo que eu tenho dentro de mim, mesmo que eu me sinta, boba e infantil.

Não é só porque tenho uma vida atarefada com filho, marido, casa, trabalho e tudo mais que todas "nós" temos, que eu não tenha o direito de ser infantil de vez em quando...

Ontem, por conta de uma determinada situação meu marido falou: Eu te amo, sua boba.

É talvez eu esteja em um momento meio BOBA mesmo...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lembranças de como nasceu uma mãe


De todas as loucuras que eu fiz essa foi a maior...

Definitivamente algo tão louco que, para se ter um filho, deveria ser obrigatório um atestado de sanidade mental...

Lembro exatamente do benefício da dúvida: Será que é? Será que não? Mas e se for?

Lembro do processo de descobrimento: Pergunta sobre os principais sintomas para a amiga de trabalho, alerta o marido sobre a possibilidade (Não amor, deve ser alarme falso! Disse ele...), compra o teste de farmácia escondido, acorda cedo e corre para o banheiro...

Lembro da certeza de que apareceriam aquelas duas listrinhas cor de rosa no teste...

Lembro da sensação de infarto quando vi as duas listrinhas cor de rosa...

Lembro de tomar banho chorando e rindo ao mesmo tempo, com um medo danado do que estava por vir...

Lembro de pensar 1.350.495 vezes se deveria ou não contar pro marido (como se isso fosse adiantar alguma coisa)...

Lembro de chegar a porta do escritório dele, toda molhada, de toalha e dizer que eu tinha algo importante pra contar a ele...

Lembro da carinha dele apreensiva, apesar de ter certeza de que ele já sabia o que era...

Lembro de falar já chorando: Você vai ser pai! E agora, o que agente vai fazer?

Lembro de ele levantar, me abraçar chorando e dizer: Agora? Agora agente segue em frente porque se Deus nos deu, Ele vai fazer dar certo. Não se preocupe!

Lembro de olhar bem nos olhos dele também marejados e ter a certeza de que realmente daria certo...

Lembro de ele ter secado as minhas lágrimas e termos dado um ao outro o nosso sorriso mais puro, mais bonito...

Lembro de ter me sentido diferente ali, de ser outra pessoa a partir daquele dia...

Lembro de ter despertado o maior amor do mundo...

Lembro de naquele momento não existirem mais eu e ele e sim existirem papai e mamãe...

Lembro de não me lembrar mais de como era a minha vida sem você...

Lembro de que, a partir daquele momento, meu filho, você não passou a existir em mim, mas eu passei a existir através de você...

E são tantas lindas lembranças que eu AMO lembrar...
** Na foto, a minha mais linda e doce lembrança, por toda a minha vida...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Saudade...


Acho que não existe sentimento mais doloroso e prazeroso do que este.

A saudade que sentimos de alguém que vai voltar é gostosa, prazerosa. Matar essa saudade então, é melhor ainda!

Ao final de cada dia eu chego a minha casa doida de saudade do meu filho e do meu marido... O cheiro deles, o toque da pele, o sorriso, tudo me faz sentir bem por estar ali e por ter estado o dia inteiro longe pensando no melhor para eles.

Agora a saudade de quem não volta mais é horrível. É dolorosa, é cruel! Saber que nunca mais olhará naqueles olhos, ouvirá aquela voz, sentirá aquele cheiro...

E hoje é um dia de saudade...

Inexplicavelmente um dia de saudade maior do que os outros dias...

Acordei com saudades de um amor tão lindo, mas que hoje existe só dentro de mim, só eu conheço, só eu experimentei...

Quem sabe um dia eu consigo transformar essa saudade/dor em saudade/amor novamente?

É... Hoje eu acordei com saudade...

E só!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Quando alguém vive em nós...


Há um ano e cinco meses eu sou mãe. Digo isso contando com um período de aproximadamente dez meses de gestação e mais os sete meses de vida do pequeno.

Dentre todas as mudanças físicas, psicológicas e financeiras que me contavam que aconteceria eu jamais imaginei que essas mudanças realmente fossem tão expressivas.

Meu corpo está em mutação desde o primeiro dia da gestação. Estou quase no meu peso de antes da gravidez, que não era o que eu desejava. Anseio muito, mas muito menos peso do que tenho hoje e estou trabalhando árduamente para isso.

Financeiramente, graças a Deus, tivemos poucas mudanças. Ganhamos tanta coisa que gastamos muito pouco com ele. Tios, tias, avó, prima, todo mundo sempre dá algo que nós estávamos pensando em comprar, engraçado isso! Nunca compramos um pacote de fraldas desde o chá de fralda dele (e olha que já dei uns cinco pacotes em outros chás de fralda). Então nesta área passamos a ter gastos maiores, mas nada que já não estivesse previsto.

Agora psicologicamente... Meu Deus! Como eu mudei! Tudo em mim mudou! Essa pessoa que vos fala hoje não existia antes do dia 19/09/2009. Nunca existiu! Eu nasci junto com o meu filho, no mesmo dia, mesma hora... Nasceu um filho e nasceu uma mãe!

Tudo o que eu penso hoje envolve o Miguel. A minha vida gira em torno da vida dele. Os meus horários são os horários dele. Os meus sonhos são os sonhos dele. Eu trabalho para dar melhores condições de vida pra ele. Me cuido para não ficar doente e poder cuidar dele. Tenho medo de morrer e não poder criar ele. Tudo, tudo em minha vida hoje se resume nele...

Quem não é mãe deve achar: “Nossa, que fardo!” Não, queridas, isso não é um fardo! Isso é MARAVILHOSO, é lindo, é perfeito! Você não existir para que outra pessoa exista é uma dádiva de Deus!

E hoje, todos os meus sentimentos são dele, todos os bons! Os ruins, aos poucos esse serzinho de 71 cm está conseguindo transformar... Meu Deus, até meu coração ele conseguiu amolecer...

Toda mulher deveria experimentar essa sensação! Não digo filhos biológicos, porque sei que existem mulheres que não podem gerar filhos, mas podem gerar amor! E o amor você conquista, dia após dia...

Toda mulher precisa dessa transformação para saber o que realmente importa nessa vida. E hoje eu não importo mais, alguém importa muito mais... Em mim!

Re - começar

A arte de fazer denovo...
Depois de muito, mas muito pensar decidi voltar a escrever...
Na verdade senti a necessidade de recuperar algumas coisas em minha vida que a rotina acabou fazendo com que eu deixasse para trás... Escrever está entre os meus projetos de retorno!

Tenho sentido uma necessidade enorme de esvaziar todos os pensamentos que eu tenho dentro de mim. Sinto que preciso externar para não explodir ou implodir, não sei!

Então, é isso! Vamos RE-COMEÇAR! Tirar a poeira, limpar os móveis, organizar a bagunça... Esse é o meu momento de libertação!

Tenho muitas idéias para materializar, então, mãos à obra!

Mais uma vez, sejam bem-vindos!


OBS: Ah, o que é escrito aqui não tem a intensão de agradar ou desagradar ninguém... É apenas um desabafo, a minha visão do mundo... Se vc não gostou existe um botãozinho no canto direito da sua tela com um X que vai resolver o seu problema! Brigadinha, viu?